quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Rosalía de Castro

En todo estás e ti es todo
pra min e en min mesma moras,
nin me abandonarás nunca,
sombra que sempre me asombras.
Fragmento do poema Negra Sombra
Follas Novas
El equipo de AJED-RJ ha elegido algunos artistas de la historia del arte español, dentre musicos, cantantes, pintores, escultores, cineastas, escritores y dramaturgos para presentar en este Blog.

Hoy: Rosalía de Castro (Santiago de Compostela, 21 de fevereiro de 1837Padrón, 15 de julho de 1885) foi uma escritora e poetisa galega.
Considerada como a fundadora da literatura galega moderna, o 17 de Maio, Dia das Letras Galegas é feriado por causa de ser a data de edição da sua primeira obra em língua galega, Cantares Galegos.

Rosalia de Castro nasceu a 24 de Fevereiro de 1837 em Camiño Novo, um arrabalde de Santiago de Compostela, sendo batizada com os nomes de Maria Rosalia Rita. No registro do Hospital Real de Santiago de Compostela figura como filha de pais desconhecidos. Seu registo de baptismo rezava[1]:

Sua mãe, María Teresa de la Cruz de Castro, fidalga da casa grande de Arretén[2] pertencente à linhagem dos Castro, estabelecida na Galiza desde a Idade Média (foram condes de Lemos num dos seus ramos[1]), contava com trinta e dois anos quando nasceu[2]. Considerada tradicionalmente filha de José Martínez Viojo -embora, não exista documentação que acredite este facto-, um sacerdote católico de trinta e nove anos que, devido à sua condição, não pôde reconhecer nem legitimar a sua filha. As biografias tradicionais relataram que o pai encarregou o cuidado da menina às suas irmãs, pelo que parece que sim se interessou pela sua manutenção[2].

Rosalia de Castro escreveu tanto em prosa como em verso, empregando o galego e o castelhano. Sua obra esteve profundamente marcada pelas circunstâncias que rodearam sua vida: como sua origem, os problemas econômicos, a perda dos seus filhos e sua frágil saúde.
Em 1863 foi publicado em Vigo o seu primeiro grande livro, "Cantares Gallegos", pelo seu marido, Manuel Murguía, que geriu, sem a licença da sua esposa, a saída do prelo de um poemário que fixa o começo de uma nova era para a poesia galega e que foi o baseamento do Ressurgimento da literatura galega. Cantares gallegos constitui o primeiro livro escrito em galego numa época na qual a língua galega estava extinta como língua escrita. Muitos poemas do seu livro são glosas de cantigas populares; nelas Rosalia denúncia a miséria, a pobreza e a emigração massiva a que estavam obrigados os galegos, sem deixar de verter seus sentimentos e vivências pessoais.
A 17 de Maio daquele mesmo ano, Rosalia assinou a dedicatória da obra para Fernán Caballero (Cecilia Böhl de Faber y Larrea), sendo adotada essa data por ocasião do seu centenário, como Dia das Letras Galegas (1963).


Em 1880 a escritora publicou uma escolha de poemas à que chamaria Follas Novas. Num começo o poemário concebeu-se como uma continuação de Cantares gallegos: 40% dos poemas de Follas novas têm afinidade com o texto publicado em 1863, enquanto o restante das composições apresentam um diferente espírito poético motivado pelo afastamento da terra, as desgraças familiares e as doenças físicas e morais. É uma poética que afunda nos sentimentos, na saudade e que tem frequentemente, por horizonte, a fronteira do próprio ser.
Em castelhano publicaria La flor (1857), A mi madre (1863) e En las orillas del Sar (1884) e o romance El caballero de las botas azules (1867) todas elas enquadradas no movimento romântico.

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